segunda-feira, 4 de junho de 2001

Jornal da Tarde / Classificados - 04/06/2001

No País, já há demanda por profissionais de gastronomia
Tornar-se um chef de cozinha é um sonho possível no Brasil, que se vem concretizando há sete anos. Existem cursos e atelies especializados na capital e até faculdade, a Anhembi-Morumbi
Cozinhar, no Brasil, é cada vez mais função de profissionais qualificados. Com o aumento do número de restaurantes de frife, que começãram a surgir nas principais capitais brasileiras há cerca de sete anos, passou a haver maior demanda por profissionais especializados na arte da culinária, mais conhecidos como chefs de cozinha. É p qie afirmam especialistas do ramo.
Portanto, quem se interessa por essa profissão vai encontrar diversas opções de formação. A dificuldade é que, para torna-se um chef, o candidato deve estudar e ter "vivência gastronômica" de aproximadamente dez anos, alé, da formação cultural.
Geralmente, os cursos oferecidos são caros, mas o chef de cozinha internacional Alessandro Segato afirma que ninguém deve desanimar.
"A formação escolar é muito boa, no entanto a experiência é fundamental. Muitos chefs italianos nem passaram por uma escola".
Há, contuto, divergências quanto à formação. Para a coordenadora do curso superior de Gastronomia da Universidade Anhembi-Morumbi, Tereza Guerra, quem não fez cursos deve ter dificuldade de ingressar na área e fazer carreira.
Especialização
De qualquer forma, especialistas afirmam que, para começar a trilhar os passos da culinária, é importante frequentar algumas aulas especializada e ficar atento às tendêndencias dessa arte no mundo todo.
De acordo com a chef-executiva de cozinha francesa e internacional Valérie Lasay, "para o chef, não há fronteiras. Ele pode estar um dia num restaurante brasileiro no Norte do País e, em outro, trabalhando na Europa".
Na opinião dela, além da força de vontade de aprender, o interessado deve ser aberto ao conhecimento, ter espirito de liderança, humildade - porque sempre se aprende com os outros - ser flexível a mudanças de lugares e culturas e falar, no mínimo, dois idiomas - francês e inglês, língua de países onde existe maior concentração desses profissionais.
Com 15 anos de idade, o interessado porde começar afazer cursos de cozinha básica de segundo cozinheiro, comenta Valérie. Os Hotéis Escola Senac, localizados em Águas de São Pedro e em campos do Jordão, ambos no interior do Estado de São Paulo, são opções.
Mais antigo, o Grande Hotel em Águas de São Pedro, oferce mais cursos do que o de Campos, que, por enquanto, só tem dois, o de cozinheiro básico e o Tecnologia em Gastronomia. Segundo o coordenador de alimentos e bebidas do Senac, Ronaldo Lopes Barreto, a formação em tecnólogo possibilita que o profissional assuma chefia como assistente, gerência e até abra o próprio negócio.
Outras opções são os ateliês, que geralmente desenvolvem um cardápio a cada aula. "Aconselho, como primeiro passo da carreira, os cursos do Senac", comenta Segato, que também dá aulas no Atelier de Alta Gastronomia.
A próxima iniciativa, segundo Valérie Lasay, pode ser o curso superior. "Aconselho a não fazer faculdade sem uma formação básic anterior, para não ficar atrelado a um estilo específico."
A Universidade Anhembi Morumbi é a única na capita que oferece um curso de formação específica de dois anos em Gastronomia, com aulas teóricas e práticas. Ao completar os dois anos o aluno torna-se um gastrônomo. "Para ser um chef, ele deve adquirir experiência", esclarece Tereza.
Um profissional da área torna-se um chef, segundo Valérie, quando tem a confiança de administrar um restaurante com variedade de pratos, com todas as técnicas de salada e de cozinha.
"A não ser que o restaurante prefira especializar-se em uma cozinha específica, como a francesa, por exemplo".
Os mais cobiçados no mercado, por restaurantes de grife, são os chefs executivos. "Ele alcança essa categoria quando tem segurança de uma casa", afirma Valérie. No entanto, as estimativas de um profissional que atinja o sucesso são poucas, segundo especialistas. De cada 15 formandos por turma, apenas 2 conseguem.
Amadores
Quem gosta de cozinhar, mas não deseja seguir carreira, pode inscrever-se nas aulas do Atelier Gourmand. Voltado especialmente para esse público, é um ambiente para quem quer desenvolver essa arte ao lado de um chef renomado, diz a proprietária, Ana Paula Moraes.
"É como um workshop, no qual cada aluno tem seu fogão e sua bancada com utensílios de cozinha." As aulas estendem-se até para crianças. A idade mínima é quatro anos. "Para esta turma preparamos pratos simples utilizando apenas o forno". O fogo e a batedeira são proibidos até seis anos.
O Atelier surgiu como uma resposta a um público que está mais exigente ao degustar a comida. E, para satisfazer o paladar, os homens estão enfrentando cada vez mais a cozinha. "A noite, temos mais alunos do que alunas", diz Ana Paula. E o objetivo principal desse público é preparar um prato principal que seja difícil de fazer e "arranque aplausos de quem come', comenta a proprietária do Atelier.

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